terça-feira, 6 de março de 2012

Capítulo.16

Capítulo.16


Estávamos a chegar das compras,mas como precisava de ir á casa de banho elas foram andando para as barraquinhas e eu fui para a cabana guardar os sacos,como tinha as mãos ocupadas empurrei a porta da cabana com o pé,parecia estar lá alguém.Quando entrei vi o Duarte de costas,com os braços da Rita por cima,e estavam a beijar-se,deixei cair os sacos,fazendo barulho.Eles aperceberam-se da minha presença e viraram-se,a Rita estava a sorrir,mas o Duarte parecia preocupado.Não consegui sair dali,senti uma lágrima a escorrer na minha cara.
-Catarina...-começou o Duarte,não queria ouvir o que ele queria dizer,portanto escancarei a porta na sua cara e comecei a andar em direcção á praia.-Catarina!Deixa-me só explicar!-parei de andar e fechei as minhas mãos com imensa força.Senti a mão dele no meu ombro,tentando virar-me,correspondi ao seu toque.-Percebes-te tudo  mal...-não lhe respondi,como ele estava à espera,e continuei ali especada com o rímel todo esborratado,mas ele não continuou.Como ele não disse nada virei-me outra vez e continuei a andar,ouvi-o a correr atrás de mim.-Eu fui para a tua cabana,fiquei à tua espera,e depois a Rita apareceu e começámos a falar e depois ela beijou-me,mais nada,prometo.-continuei de costas a fungar,não conseguia,nem queria falar,sentia que infelizmente o que tinha acontecido fazia,por muito que não quisesse acreditar,sentido.No meu interior sempre estive à espera que aquilo acontecesse,afinal eles tinham namorado,portanto porque não haveriam de recomeçar tudo?Isso sim, para mim fazia sentido.
Virei-me e tentei olhar para ele,o que custou muito,ele deu uns passos na minha direcção,respirei fundo.
-Sabes eu queria acreditar que podíamos mesmo resultar,mas parece que isso não faz sentido,portanto é melhor deixar-mos de tentar.-disse desviando os meus olhos dos dele.
-Mas Catarina...eu amo-te.-custou-me imenso ouvir isto,porque por muito que,naquele momento quisesse negar,eu também o amava.
-Isso não chega.-disse continuando a andar,parecia que ele já não estava a tentar seguir-me,olhei para trás e ele continuava no mesmo sítio,quieto.Continuei a andar,à procura de um sítio isolado,para sentar-e e tentar esquecer-me do que tinha acontecido,virei a esquia,em direcção á praia.
-Hei Catarina!-ouvi a Rita a chamar-me,virei-me.
-Estás feliz?!-gritei,ela parou,não parecia estar à espera daquela reacção.-Boa conseguis-te finalmente o que querias,não é?!Fica com o Duarte,já nem quero saber!-gritei,ela permaneceu no mesmo lugar,comecei a correr e fui sentar-me,na saída da praia.No mesmo sítio em que eu e o Duarte,tínhamos começado a namorar,onde a Rita me tinha dado um murro...tentei respirar,mas só consegui fazer um fungo desajeitado.Pus a cabeça nos meus joelhos e fechei os olhos,quis convencer-me que ia acabar por tudo ficar bem,que ia finalmente começar a sentir-me normal.No meu bolso senti o meu telemóvel a vibrar,era o Duarte,desliguei,passados uns minutos ele telefonou outra vez,e eu fiz o mesmo.Continuei ali sentada e senti o meu telemóvel a vibrar outra vez,"Estás a ser parva."pensei para mim mesma,e atendi.
-Estou?
-Estou?Catarina,por favor,deixa-me só falar...-ele devia pensar que eu ia desligar pois ouvi a sua respiração parou.-Desculpa,a sério.Eu sei como te deves estar a sentir,mas a sério,desculpa...
-Nós só namoramos  uma semana,e já estás a pedir desculpas,porque beijas-te a tua ex-namorada?Não notas alguma coisa de errado nisso?-ele não falou.
-Eu não a beijei,prometo,posso parecer que estou a dar desculpa,mas estou um bocado desesperado.-respirei fundo e sorri.
-Desculpa,mas não...-ouvi-o a respirar fundo.
-Eu compreendo.
-Ainda bem.-disse  e desliguei,podia estar a exagerar um bocadinho,mas sinceramente não queria namorar com alguém que me estava a fazer sentir daquela forma.Continuei ali sentada,a chorar até que ouvi uns passos,era o Francisco,virei a cara,para ele não me ver.
-Catarina?-perguntei,funguei e limpei as lágrimas,devia estar horrível.
-Ah olá Francisco!Não percebi que estavas aí.
-E não estava,vim só agora,está tudo bem?
-Claro que sim,parece que não?-fingi.
-Bem sim,se te visses já percebias.-ri-me.-O que é que se passou?
-Una estupidês muito estúpida.-disse,ele riu-se e sentou-se ao meu lado e pôs o braço em cima dos meus ombros.
-Isso não faz sentido.-disse,o que me fez lembrar da teoria do Duarte,o que me fez chorar ainda mais,tal qual uma tonta.Ele ficou a olhar para mim,não soube muito bem como reagir.-Vai correr tudo bem.
-Isso não faz sentido...

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