sexta-feira, 9 de março de 2012

Capítulo.17

Capítulo.17


(Teresa)

Abri a porta da cabana e lá estava a Catarina,que agora passava a maior parte do tempo a dormir e quando não o estava a fazer,parecia-se com um zombie que tinha acabado de acordar.Tinha começado a estar assim há três dias atrás ninguém sabia o que se passava,mas eu suspeitava que tinha alguma coisa a haver com o duarte,pois ele também tinha andado um bocado estranho nesses dias.Fechei a porta com força,para que ela acordasse.
-Hã!-disse acordando subitamente,estava toda despenteada e com os olhos vermelhos.
-Acorda!Anda dar uma volta,se continuares assim a tua almofada ainda vai ficar com o molde da tua cara!
-Tens imensa piada.-disse voltando a puxar os cobertores  para cima de si.
-Anda lá!
-Humpf...
-Vá lá,agora estás sempre enfiada aqui dentro,tens de espairar!Estávamos a combinar sair,vens?
-O que te parece?
-Parece-me que estás a ser uma parvinha!-ela virou-se,já não estava par aguentar aquilo,abri as cortinas e tirei o cobertor de cima dela.
-Hei!
-Levanta-te!Estás a começar a irritar-me,eu não sei o que se passa mas há séculos que não falas com o Duarte,que por acaso tem andado muito bem!-ela tirou a cabeça da almofada,mostrando interesse.
-Ele tem estado bem?
-Óptimo,nunca o vi melhor!-comecei a mentir.
-A sério...e onde vamos?-perguntou levantando-se enquanto ia tirando umas roupas do armário.
-Já vais ver!-exclamei já entusiasmada com a ideia de finalmente ver a Catarina fora daquela cabana.Demorámos algum tempo,tendo em conta que a Catarina estava cheia de olheiras e toda despenteada,mas os resultados foram muito positivos.

(Catarina)

Depois de muita relutância lá estava eu a tentar andar direita com aqueles altissímos sapatos que me faziam parecer uma autêntica gigante,ajeitei o vestido e empurrei a porta do bar que a Teresa me tinha indicado.Já a conseguia ver,estava ao lado da Ana,do Luís e de outro rapaz que eu não conhecia.Tentei ir ter com eles mas houve alguém que me deteu,olhei para trás e era a Sofia que estava com o Francisco.
-Olá!Parece que não te vejo há séculos!
-Pois,mas isto é giro...
-Pois é.-com o Francisco ali com a Sofia tornava-se um bocado estranho e quase impossível de falar com ela.
-Bem eu tenho de ir á casa de banho,portanto até já!-despedi-me e tentei furar pela multião de gente e fui sentar-me num banco vazio,estava tanta gente que não reparei que estava ao meu lado.
-Olá!-assustei-me com  cumprimento daquela voz que eu conhecia tão bem.

(Duarte)

Estava sentado num banco vazio espera que as horas passasem para que pudesse ir embora, não estava com grande disposição para uma multidão enorme de pessoas que não conhecia de lado nenhum.Olhei para a porta para ver se era seguro tentar sair e vi a cabeça da Catarina a entrar ,tentei segui-la com os olhos,o que até era fácil pois ela estava altíssima.Vi-a a aproximar-se de mim,parecia que tinha sido há imenso tempo a última vez que tinha falado com ela ou até visto.Por sorte ela sentou-se ao pé de mim,mas nem pareceu notar que eu estava ali.
-Olá!-ela assustou-se.
-Oh olá...-disse desviando o olhar enquanto ajeitava constantemente a saia do vestido.
-Como tens andado?-perguntei tentando parecer o mais calmo possível,mas no interior estava nervosissímo.
-Óptima...tu?
-Também.-respondi,ficámos num silêncio constrangedor,ela parecia nervosa.
-Isto é estranho...
-Pois é-disse rindo-me
-Qual é  graça?-perguntou ela olhando para mim.
-Nada nada,é só que...hum.-senti-me a corar e foi a vez dela de se rir.
-Pois é.-ela olhou para mim,parecia estar a pensar nalguma coisa.-E se fossemos amigos?Quer dizer isto soa um bocado estranho,mas sei lá....tu percebes o que quero dizer.
-Claro que sim,a não ser que ainda me odeies.-ela riu-se
-Ainda estou a passar por essa fase.
-Amigos...-rebolbinei.
-Sim é que nunca chegámos a ter tempo de sermos mesmo amigos,foi tudo muito rápido,percebes?
-Hum,sim claro.-ela sorriu e apertou-me a mão.
-Amigos então.-ficámos um momento em silêncio.
-Então como tens andado?-perguntei tentando manter a conversa.
-Já perguntas-te isso.
-Pois foi...-ficámos outra vez em silêncio.
-Porque é que não temos nada sobre que falar?Não sabemos nada um sobre o outro,ou quê?-perguntou a rir,mas de repente ficou muito séria.-Eu não sei nada sobre ti,tu podias  ser um assasino em série e eu nem sabia!
-Pois...só para que conste eu nunca matei ninguém...mas tens razão.
-Isto é estranho...mas podíamos começar a tentar conhecer-nos agora,que tal?
-Isso podia resolver as coisas e depois de nos conhecermos melhor sempre podíamos tentar outra vez?-arrisquei,ela revirou os olhos e olhou para mim chateada.
-Não,Duarte,desculpa.
-Ok,sempre nos podemos ficar só por amigos,que tal?
-Muito melhor,então,hum quando fazes anos?
-8 de Agosto,tu?
-28 de Junho.-continuámos a fazer este género de perguntas um ao outro e até nos estavámos a dar muito bem,descrobi-mos que até tínhamos imenso em comum,mas eu sabia,por mais que quisesse negar,que aquela amizade não ia funcionar.

Eu sei que não está grande coisa tive de fazê-lo um bocado em contra relógio,mas espero que gostem!
Ia pedir que neste capítulo houvessem pelo menos quatro comentários,obrigada! :D

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