terça-feira, 12 de junho de 2012

Capítulo.49

Capítulo.49



O despertador começou a tocar e eu por hábito ignorei-o e virei-me na cama.Passado um bocado começou outra vez,arrastei-me até á mesa de cabeceira e dei-lhe uma marretada.
-Que tipo de pessoa pões o despertador nas férias!?-reclamei,mas quando me deitei lembrei-me do que tinha combinado com o Duarte.Olhei para o relógio,já só tinha meia hora,arregalei os olhos e praticamente saltei da cama.Tomei um duche rápido e parei em frente do armário aberto com a minha roupa pendurada.Mordi o lábio impaciente.
-Não tenho tempo para isto.-disse e vesti umas calças de ganga justas,calcei umas converse,uma camisola de alças branca,pus um colar prateado e um casaco de malha fino cinzento,olhei para o espelho não era nada de mais mas não tinha tempo para mais.Corri para a cozinha pus os cereais numa taça com leite e fui comendo enquanto andava pela casa á procura das minhas coisas.Antes de sair fui ao quarto do meu irmão para me despedir mas ele ainda estava a dormir,como os meus pais não estavam  corri como uma louca até á estação de metro.Entrei na carruagem estava muito pouca gente o que até era normal porque era de manhã e não ia propriamente para o centro de Lisboa.Sentei-me num lugar encostado á parede,e olhei para a minha volta para ver se estava alguém a olhar,mas como todas as pessoas que estavam lá estavam ou a ler revistas ou os jornais da "Metro" que estam nas estações de metro ou então estavam com caras de zombie a ver o metro a andar,tirei discretamente a base da mala e comecei a pôr sempre laçando olhares para cima para ver se alguém estava a ver.Quando guardei a base na mala ouvi uma senhora a sentar-se logo ao meu lado,queria revirar os olhos mas controlei-me,tirei o mais descontraidamente possível o rímel da mala,mas conseguia senti o olhar da senhora em mim.Timidamente apliquei,quando acabei vi a senhora a abanar a cabeça desaprovando.
-Tsst.-disse a senhora quando ia a tirar o lápis de risco. da mala,senti-me a corar e guardei-o imediatamente.Olhei para o relógio já estava atrasado,comecei a abanar as pernas,quando a carruagem parou saltei do meu lugar e corri até sair da estação.Subi as escadas já meia morta.Continuei a correr até á paragem do autocarro,ainda faltavam sete minutos para chegar,suspirei e recomecei a corrida.
-Porque é que ele tem de viver na Lapa?-resmunguei para mim mesma.Corri pela calçado portuguesa,quase que ia caindo algumas vezes devido a umas pedras saídas.Tinha muito pouco espaço,os carros ocupavam todos os lugares possíveis.Ás vezes ia olhando á minha volta,nunca tinha estado naquela zona da Lapa,pois só costumava ir a Santos e ás vezes ao parque da Estrela,mas naquela zona as casas não eram nada como os prédios da minha rua,eram mais baixas,antigas e algumas um bocado mais pobres,mas sempre muito bonitas.Quando cheguei finalmente ao prédio do Duarte já me sentia morrer,parei para me sentar,mas lá acabei por bater á porta.O seu prédio não parecia ter muitos andares,a porta da entrada era larga e parecia pesada,de repente abriu-se,continuei na rua á espero que ele aparecesse,mas a porta continuou aberta,suspirei e entrei na casa.Arregalei os olhos,era linda tinha o pé direito muito alto,tinha mobilia antiga e quase toda de madeira,e isto era só o Hall,á minha frente havia umas escadas estilo caracol que iam dar ao outro andar,mas á minha direita hávia uma porta que ia dar á sala.Entrei na sala e era enorme,tinha uma parede toda de vidro que ia dar ao jardim pequeno mas que tinha uma piscima,á frente uma mesa de jardim e um limoeiro.Estava tão distraída que nem ouvi as vozes,franzi o sobrolho.
-Aqui Catarina!-chamou o Duarte,respirei fundo não era a recepção que esperava,fui até um sofá comprido  azulado com uma mesa de café á frente e uma televisão enorme em cima de uma móvel.Para além do Duarte estavam quatro rapazes,quase que abri a boca quando vi o João sentado num cadeirão ao lado do sofá,esforcei-me para não parecer surpreendida,vi o Duarte a sorrir-me.
-Olá.-disse não muito entusiasmada.
-Olá,bem este é o Tomás,o Bernardo,o Afonso e aquele o João.-disse,nem me esforcei para decorar os nomes mas não pude ignorar o João como sempre com aquele sorrir irritante e convencido,com o cabelo preto espetado e olhos também pretos.
-Ei é a Catarina.Quase que me ias tramando ontem não foi?-disse o João a rir-se revirei os olhos e sentei-me ao lado do Duarte.
-Merecias.-respondi,ele riu-se,revirei os olhos e concentrei-me no ecrã,onde estava a dar a repetição do jogo de Portugal contra a Alemanha,revirei os olhos.-Não basta ver só uma vez?
-Não.-respondeu o Tomás endireitando-se no sofá,quando quase que ia sendo golo de Portugal e depois claro que falhou.
-Vocês são ridículos,já toda a gente sabe que vai ficar 1-0.-resmunguei,o João riu-se,só me apetecia arrancar-lhe aquele sorriso irritante da cara.-Então como vai a tua irmã,João?
-Bem.-respondeu franzi os olhos.
-Deve estar depois do que vi ontem.-respondi,não sabia bem porquê mas sentia uma fúria dentro de mim.
-Duarte controla aí a tua namorada.-disse o João,arqueei as sobrancelhas.
-Desculpa?!-exclamei para o João,senti a mão do Duarte no meu ombro para me acalmar,mas só fez pior-Sinceramente não sei como é que a Rita desceu ao nível de namorar
-Bem nem sabes o quão baixo ela pode descer.-provocou olhei para elee abanei a cabeça.
-Eu não tenho de aturar isto.-disse levantando-me,e comecei a andar com um passo decidido para a entrada.
-O que é que se passa?-perguntou o Duarte,cerrei os dentes.
-Dizes para eu vir cá e depois estão estes...estes-comecei e não conseguia encontrar a palavra,abanei a cabeça e abri a porta.
-Desculpa mas são meus amigos não vou parar de estar com eles!-exclamou,arqueei as sobrancelhas.
-E eu nunca te pedi isso.Só que quando me dizes para vires cá sinceramente não os quero ver!-exclmaie também,olhei para trás,ele não parecia que ia dizer alguma coisa.-Adeus Duarte.
Fechei a porta e comecei a descer a rua um bocado arrependida da minha reacção "Não tenho culpa que ele tenha convidado aqueles palonços" pensei.
-Catarina!-ouvi exclamar,virei-me e era o Duarte a descer a rua.-Então quando é que nos podemos ver?-perguntou,franzi o sobrolho,estava á espera que ele pelo menos pedisse desculpa,mas nem isso.
-Não sei.-respondi e continuei a andar.

Continua...

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