quinta-feira, 18 de abril de 2013

***Capítulo.14***

***Capítulo.14***


Mal tocou para o intervalo saí da sala o mais depressa que pude.Conseguia ouvir o João a vi atrás de mim mas não queria saber dele.Nunca mais queria falar com ele.Apressei o passo mas mesmo assim ele acompanhava-me.Quando as pessoas começaram a sair das suas salas e os corredores começaram a ficar cheios de trânsito ouvi-o a chamar-me.Apressei mais o passo para ir para o único lugar onde ele não poderia entrar,a casa de banho das raparigas.Quando estou com a mão no puxador ele agarra-me na mão.Sacudo o braço para ele me largar e entro.
Não consigo evitar e começo a chorar.Á minha frente estavam umas raparigas a pôr rímel,quando repararam em mim param e ficam a olhar,como se nunca tivessem visto ninguém a chorar.Provavelmente nem conseguiam pestanejar com tanto rímel nos olhos,quanto mais chorarIgnoro-as e continuo sem querer saber do que elas estão a pensar de mim.
-Margarida?-chama do outro lado da porta.Ao ouvir a sua voz fico repentinamente irritada e dou um pontapé na porta.As raparigas olham para mim como se eu fosse retardada e acabam por sair.Mal a porta se abre o João entra pela casa de banho a dentro.Olho para ele.Seria muito mais fácil estar chateada com ele se não fosse tão giro.Limpo a cara com a palma da mão.Fecho os olhos com força.Se calhar tudo aquilo é uma ilusão e ele não está ali.Abro-os mas ele continua á minha frente.Perfeito como sempre.Demasiado perfeito para alguma vez gostar de mim.
-Eu disse-te para nunca mais falares comigo.-lembrei embora agora já não quisesse que ele o fizesse.Embora o odiasse naquele momento também não queria que ele se fosse embora.Por um lado queria que ele nunca mais saísse de ao pé de mim,mas por outro também lhe queria dar um murro.
-Eu sei,mas tu tens de perceber...
-Eu não tenho de perceber nada!-exclamei novamente irritada.-Foste tu que fizeste aquilo tudo,não eu.És tu que tens de perceber o quanto te odeio neste momento!
-Eu sei que me odeias,mas tens de me ouvir...
-Não,não tenho!Tu pensas que és diferente,até eu pensei que eras,mas não.És igual a todos os outros parvos desta escola!Enganas todas as raparigas e depois trata-las como lixo.
-Eu nunca te faria o que eles te fizeram a ti.-disse com a voz dura,parecia mesmo arrependido.Olhei para ele.Se calhar estava a dizer a verdade,mas mesmo assim não conseguia acreditar nele.Sem poder impedir recomecei a chorar e ele avançou uns passos e deu-me a mão.
-Eu sei que não.Mas acabaste por fazer muito pior.-disse.-Eles podiam mentir-me e usar-me mas nunca fingiram que se preocupavam  comigo e depois foram nas minhas costas julgar.-continuei.Ele estava a olhar para mim como se só tivesse apercebido agora do que tinha feito.Largou a minha mão e recuou uns passos.
-Desculpa,Margarida.-pediu.Limpei mais uma vez a cara com a palma da mão,mas não valia a pena,continuava a chorar.
-Tu nunca gostaste de mim,nem sequer deves querer saber de mim.-sussurrei,já lhe tinha gritado tudo o que queria.Ele franziu a testa e aproximou-se de mim outra vez.Afastou-me uma madeixa de cabelo dos olhos e deu-me as mãos.
-Eu sei que nunca me vais desculpar e compreendo.Mas prometo-te que sempre gostei de ti,e sempre gostarei.-dito isto aproxima-se de mim até eu conseguir sentir a sua respiração na minha cara.Instintivamente pus os braços á volta do seu pescoço.
Não sei porquê aquilo fez-me sentir que eu tinha estado a chorar para nada.Por momentos senti-me completamente feliz e imperturbável.

Eu sei que o capítulo está muito lamechas e sentimental mas espero que tenham gostado :D Não se esqueçam de comentar ;)


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